segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Gosto (e todos os outros sentidos) que tem a Memória



Para mim tu tens gosto de saudade. Às vezes vens e me adoça como quem obriga-me a sorrir prosperamente. Às vezes amarga-me a alma e amarra-me a boca como tanino pungente.
Mas também és sentido. És sentido por inteira, és sentido e sentida. Em diversas ocasiões, tu te tornas um agradável aroma infantil, ou quem sabe até um imaginário toque em meu ombro, como quem diz que estás por aqui. Porque tu também és audição.  E além de tudo, és como um sentido figurado. Porque me fazes fechar os olhos para ver-te, sonhar para tocar-te e reviver para poder-te encontrar.
Então me encontres por aí, no toque terno d'um pentear de uma trança em meu cabelo, como quem protege-me das espinhas de um peixe com delicados dedos que destrincham meu almoço ou quem sabe no aroma suculento de algum caldo de galinha com molho de soja aferventando em meu fogão. Porque se hoje sei reger as notas da minha vida foi de tanto ouvir-te cantarolar as canções que marcaram teu passado. Tu foi e sempre serás a linha tênue entre aquilo de que sou feita e aquilo que me tornei.

Por fim, olhes por mim. Porque sei que de todos teus sentidos, este sempre estará preponderante.

Um comentário:

Leonilda Pinto (Léo) disse...

Olá, sobre o kefir meu email..
leonilda.p@hotmail.com