Que não façamos as contas, que percamos dinheiro!
E se for preciso, que não façamos nada o dia inteiro!
Mas que não esqueçamo-nos de onde viemos
Que façamos ode aos nossos elos!
Minha mãe vivia de dieta. Só não vive mais porque não consegue, diz ela que com a idade fica mais difícil de emagrecer. Talvez ela queira dizer que fica mais difícil de resistir as gulodices.
Lembro-me de uma infância feliz e de certo modo inconsequente. Nunca juntamos dinheiro, sempre gastamos mais do que o que tínhamos, mas foi uma época feliz. Shoppings ao final de semana, muita churrascaria, sorvete, parque de diversões, hotéis fazenda, cinema e pipoca.
Lembro-me de uma infância feliz e de certo modo inconsequente. Nunca juntamos dinheiro, sempre gastamos mais do que o que tínhamos, mas foi uma época feliz. Shoppings ao final de semana, muita churrascaria, sorvete, parque de diversões, hotéis fazenda, cinema e pipoca.
E de vez em quando minha mãe nos arrastava pro América. Ela sempre estava no meio de uma de suas dietas malucas, trocando a janta por sorvete ou o almoço por um pacote de Ana Maria. E lá no América tinha a sobremesa preferida dela: Frozen Yogurt Diet com Calda de Goiada Diet. Antes mesmo de vocês pensarem o que é iogurte congelado. Antes mesmo da Yogoberry pensar em existir. A japonesa já se empanturrava de Frozen Yogurt.
O Frozen Yogurt do América não tem nada a ver com essas lojinhas novas que parecem repentinamente brotar a cada esquina. Ele é azedinho, pouco açúcar. Ele é sensacional.
No momento, minha mãe está viajando à trabalho. E quando não está, eu e ela nos dividimos para cuidar da minha avó. O que significa que há muito tempo não conseguimos sair juntas. Que há muito tempo não tomamos um Frozen Yogurt juntas.
Ontem eu me arrastei pro América do Shopping Center Norte. Cheguei no horário atípico, com medo do restaurante não estar aberto (descobri que o América fica aberto o período completo, sem intervalo entre as refeições). Já cheguei pedindo logo o cardápio de Sobremesas.
Deixei o Frozen Yogurt Diet para minha mãe tomar na minha imaginação. Pedi pra mim um normal, com frutas vermelhas. Tomei igual criança, fechando os olhos e me sentindo feliz, me deixando atrasar para a consulta médica que me fez matar aquele intervalo tomando um gelado. Tomando uma nostalgia.
Hoje eu tô aqui, talvez uns quilos mais gorda e morrendo de saudades da minha mãe. Ainda bem que ela volta hoje. O sorvete estava bom, mas seria melhor com ela.
RESTAURANTE AMÉRICA
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